segunda-feira, 18 de junho de 2012

twitter

eu saí de lá porque as pessoas se acostumaram a ler o que os outros escrevem por pura diplomacia. na vida real, eu não ouço ninguém por diplomacia. eu ouço porque quero, porque acho verdadeiro ou porque sou obrigada. não sou obrigada a ler erro de português, declarações bêbadas de amor, autoadoração. não quero ver gente de carne e osso virando manequim. cansei dessa virtualidade toda que a vida atingiu.

não cansa? como pode meia dúzia de palavras ou uma foto cheia de filtros e máscaras trazer ou tirar a alegria de uma pessoa? sai pra lá, bruxaria.
1 tweet é pouco. esvazia mais do que preenche. tira do foco.
140 caracteres não explicam ninguém.

fazia tempo

eu sempre quero demais e quero tudo. só quero o bem. e até isso agora virou pecado.
na contemporaneidade, pós-modernidade, ou seja lá qual for o nome do tempo que vivemos, o forte é aquele que é desprendido, sem apego, aquele que escorre. eu não escorro, mas isso não quer dizer que eu grude.

eu passo. 

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

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sentada, "Luz dos Olhos", msn, lâmpada acesa, twitter (1), Joaquim Nabuco, "tenho que beber 2l de água por dia", mochila, caderno de rabiscos para adultos que querem chutar o balde, para viver um grande amor, vinícius de moraes. sentada. lágrimas vem aos olhos e, sem saber por que estão ali, apenas caem. sentada. "todo amor que houver nessa vida e algum trocado pra dar garantiiiiaaa", moda florida: 58 ideias para usar a tendência. a água acabou, quero mais. sentada eu choro por não saber. ritual. Iasmin, Yoshie, mamãe e Dani. Amoxicilina. "DENTISTA URGENTE!". lágrimas só podem ser por tristeza ou por alegria. Stuart Hall e Drew Barrymore. "amar é abanar o rabo, lamber e dar a pata". sentada. chorar limpa a alma e pelo menos para isso serve, já que não cura a dor. pronto, já descobri que choro porque dói alguma coisa. "quem vem com tudo não caaaansa". sentada.

as lágrimas já secaram e talvez o que eu tenha que fazer é levantar, nem que seja para apagar a luz.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

breaking beliefs

É como se quase todas as certezas que tenho estivessem desmoronando diante dos fatos, porque não há nada que resista a eles. Acordar pela manhã e pensar: por quais vias cheguei a esse ponto de desprendimento? Não sei.

Gabriela sempre foi muito preocupada com o que os outros haviam de pensar sobre os seus atos, com o que as suas ações gerariam - não nela, obviamente. Ser exemplo sempre a atraiu muito mais do que qualquer outra carapuça. Refletir boa imagem, acima de tudo, te motivou a fazer e não fazer muitas coisas. E isso funciona, funciona, funciona, tudo indo, tudo lindo, faço coisas legais, minha mãe aprova, meus amigos me imitam, até que agradar ao mundo passa a não ser mais o bastante... é o momento no qual as cobranças sobre o perfeito passam a ser maiores do que é possível doar... e aos poucos os olhos vão se abrindo, a poeira perde o assento, o mundo passa a ser observado com mais atenção.

Tudo faz mais sentido quando é SENTIDO.

Não é que virar porralouca seja a solução para todos aqueles que foram oprimidos por toda uma vida de perfeição segundo a moral da sociedade. Abrir mão daquilo em que se acredita por experiências vazias não vale... valioso é sentir que o diferente existe e está mais perto do que se imagina, mais valioso ainda é não ser exemplo para ninguém, não ser cobrada... primeiramente por si mesmo.

É gostoso estar um pouco mais perto da liberdade... sensação de "Acabou o trailler. Começa o filme."

Sei lá, queria dizer essas coisas.

sábado, 29 de maio de 2010

a gente não vive junta, mas se dá bem.

Acredita que já se passaram 3 anos? Sendo que desses 3 anos, só passamos 6 meses uma ao lado da outra.
Difícil de pôr fé em uma amizade assim. Porque é bom enquanto há proximidade física, troca de olhar, de palavra e o toque mesmo. O abraço. Essa acomodação que nos faz pensar que amigo é aquele que te vê todo dia e com o qual você divide até o seu último suspiro. Aquele que não perde nada nunca, que paga a tua comida quando você não tem dinheiro e está contigo até para não fazer nada em lugar nenhum. Amizade é isso. Um silêncio que não incomoda, a palavra incisiva que não ofende e a presença consentida que já basta só pelo fato de haver amor. Não precisa falar, brincar nem rir. Às vezes, só chorar. Ou só estar.
Eis o significado desse amor: estar. Estar disponível quando há proximidade, estar perto quando há distância.

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isso tava aqui na minha pasta de rascunhos desde 5 de julho de 2009 e, provavelmente, foi escrito para Maria. Resolvi publicar porque hoje tá fazendo o maior sentido.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

dois

Porque eu não faço as coisas esperando que haja retorno, recompensa...

Essa é uma das frases que mais ouço por aí, e ela muitas vezes sai da minha boca. A frase mais mentirosa de todos os tempos.

Eu espero retorno, recompensa, troca, compreensão, solidariedade... espero não andar sozinha.

quinta-feira, 11 de março de 2010

de 10 em 10

Eu não lembro exatamente como foi o meu aniversário de 10 anos, nem os os posteriores, até mais ou menos 15... a partir de 15 anos, eu já consigo me recordar. O fato é que agora estou chegando aos 20, e isso ativa uma série de sensações, pensamentos. É como um borbulhar de ideias surgido a partir do momento que tomei consciência de que esses dez anos passaram em uma velocidade não apreensível.

Acredito que essa última década que vivi foi uma fase, acima de tudo, de amadurecimento. Porque parti da inocência que é brincar de bonecas, para a dificuldade que é aprender a lidar com pessoas que não eram minhas amigas; para a descoberta de que o mundo, infelizmente, não está muito aí para mim. Mamãe passou a não mais por comida no meu prato, a escolha teria de ser minha. E muito mais escolhas eu tive que tomar depois disso. Passei a fazer equação em vez de apenas as 4 operações fundamentais.
E o que é ter que passar por dois vestibulares na vida? Por mais que as dificuldades aumentem depois, as marcas do vestibular a gente não esquece nunca.

Aprendi também nesses últimos dez anos o que é amar, o que é sentir falta de alguém e o que faz uma pessoa se tornar insubstituível. Porque quando novinhos, crianças, nós não sabemos diferenciar pessoas, ficamos com quem nos faz sentir a vontade, com quem brinca conosco e nos faz rir. Não é necessário que aquela mesma pessoa te supra em outras áreas. No fundo, você sabe quando sua mãe brigar contigo, aquele seu amiguinho não estará lá pra dizer: está tudo bem, mães são assim mesmo. Afinal de contas, crianças não ligam muito para isso.

Há uma década atrás, eu fiz amigos que hoje continuam sendo AMIGOS. E não existe nada nesse mundo que substitua alguém que saiba de dez anos da sua história e tenha vivido isso com você.
Aos 12, eu me mudei pela, hmm, 5ª vez. Aquela que talvez tenha sido a mudança mais importante da minha vida. Foi naquele momento que a vida passou a ser rigorosa comigo e eu não reclamo. Quanto antes aprender, melhor.

Hoje, já sei lidar sem maiores temores com todo tipo de reviravolta. Sou de fácil adaptação. Reconheço a importância das pessoas. Hoje, ao contrário de quando eu tinha apenas 10 anos e toda pureza do mundo, sei ser boa sem ser boba. Não digo que amo como se dissesse bom dia. Com o tempo aprendi que sentimento só vale quando é demonstrado, por que do que vale sentir sem refletir?

Ainda não tenho know-how para dizer NÃO sem maiores delongas, quem sabe eu consiga quando chegar aos 30.

E vou assim, de 10 em 10, vivendo cada minuto como se não houvesse o próximo.