domingo, 4 de outubro de 2009

two months later.

E parece que eu nasci de novo. Sem exageros. (sim, é lógico que tem exagero... mas veja se não é um pouco verdade.)
Há dois meses atrás, eu estava em casa, naquele ócio, ouvindo apenas os meus pensamentos e os poucos ruídos vindos do mundo...vozes, sons, suposições. Parecia estar dentro de uma bolsa amniótica, esperando ansiosamente pelo parto, durante 9 meses ininterruptos.
A Terra girou tantas vezes, crepúsculo e aurora, aquecimento global, atrocidade, Sarney, Obama, crise econômica, marola, Pré-sal. Gabriela alheia a tudo. Como se nada fosse mais importante que estar protegida, sem pensar em nada... esperando pra viver!
Depois da gravidez que me trouxe ao mundo, eu tive o privilégio - que não se repetirá (afinal, quem hoje em dia pode descansar quase um ano?) - de poder crescer como um bebê, mais nove meses... uma espécie de preparo, a formação de uma nova consciência sobre tantas coisas, momento de aprendizado, de choro, de riso. De um passo de cada vez.

***

E renasci. Em um novo lugar, muito diferente daquilo que eu imaginava, mas que superou todas as minha expectativas. A sensação de estar em um mundo novo é estranha, de ter que recomeçar também.
Mas é delicioso. Sempre.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

é bem melhor não perguntar...

A história poderia ser outra, escrita de outra forma, com outras personagens. Mas não é. E mesmo que eu tente fugir do papel de protagonista, ele me chama a todo tempo, como se não houvesse alguém que coubesse, que fizesse o encaixe chave-fechadura de forma perfeita. Talvez seja assim porque a vida é minha, e não há como transferir responsabilidades e decisões.

Sentir- se responsável por algo já é difícil, imagina quando esse algo é do tamanho de alguém, quando esse algo somos nós mesmos, quando a nossa responsabilidade é a de “apenas” administrar uma história. A nossa.

Somos os operários, os gerentes e os diretores de nossas vidas. Assim, se não der certo é culpa de quem? Os operários de uma indústria poderiam culpar seus gerentes, os quais poderiam transferir esse fardo pros diretores. Enfim, na vida, o mais fácil é afastar de nós aquilo que nos incomoda, principalmente a sensação de que aquilo que estava sob o nosso olhar e que estava sujeito às nossas escolhas, deu errado.

Foi essa a sensação que me invadiu nesses últimos dias de férias. A idéia de que eu, a partir de algum momento, me tornei inteiramente capaz de assumir as minhas escolhas: “Graças a Deus! Já estava por aqui de ter que passar pela aprovação dos meus pais e afins.” Depois do júbilo, veio a mim o verdadeiro significado dessa descoberta e a preocupação, consequentemente.

"Papo de quem não tem nada para fazer o dia inteiro e fica pensando besteira”, é isso que as pessoas imaginam quando eu tento abordar esse assunto. Mas para o que mais serve o ócio senão para o crescimento? Pensar em coisas dessa forma, com essa profundidade, descobrir mais sobre si mesmo, não é algo que aconteça quando estamos vivendo como se o dia tivesse 48 horas, quando ele ainda tem 24.

Percebi e sinto na pele que a “adultice” vem chegando e, com ela, além das coisas boas que todas as fases da vida nos proporcionam, chegam também esses novos sensos de realidade. Os porquês mudam e as respostas também. Já tenho todas as perguntas, só falta alguém para responder.

Bobeira minha achar que as respostas dos outros se encaixam nas minhas perguntas, eu sei. Era só uma saída para quem, ingênua como sou, ainda está vendo tudo meio embaçado.


quarta-feira, 15 de julho de 2009


Ah, porque a vida tem dessas coisas mesmo. Bobos somos nós que tentamos a todo tempo prevê-la, como se viver fosse um jogo do qual já sabemos o resultado. Uma partida entre nós e o destino, em que, no fim, sairíamos "vencedores". O jogo não está ganho, e nós começamos a "perdê-lo" desde o primeiro suspiro. Pfff...
Temo não saber se o que penso/sinto hoje, será o mesmo que sentirei amanhã, mas resolvi deixar o corpo responder por ele mesmo algumas vezes. Tolir, segurar, reter... isso tudo prejudica.
Até porque, quanto mais segurar, mais demora pra sair... e a angústia de estar aprisionado numa cadeia criada por si mesmo é desnecessária.

Viva e deixe viver. Deixe-se viver.

terça-feira, 23 de junho de 2009

decifra-me ou te devoro.

É que há uma grande dificuldade - inexplicável, intrínseca e que me incomoda - de me expressar. Pensamentos, vontades, paixões, emoções... tudo o que passa pela minha cabeça, também passa por um filtro de exteriorização, que deve existir na cabeça de todo mundo, mas que, com certeza, na minha é maior.
Depois de ter sido indagada pelo meu irmão sobre isso, fiquei, eu mesma, reparando o meu jeito de tratar as pessoas, de entendê-las, de demonstrar o que eu sinto. E mais: observando as minhas reações diante de cada ato alheio.
É complicado isso. Até para mim dói um pouco (muito) descobrir e admitir um defeito que nem passava pela cabeça ter. Na minha antiga concepção de mim mesma, eu era a pessoa mais amável, fofa e sentimental do mundo. Passional, que faria tudo por alguém e que sabia extravasar o meu amor ou a minha raiva.
Mas não. Eu rio pra dentro, choro pra dentro, sinto raiva pra dentro, amo pra dentro, perdoo pra dentro e o que sai é tão, tão pouco. Falta intensidade, não verdade.

JESUS, ALGUÉM ENTENDE O QUE EU DIGO?


Hipoteticamente, se alguém me magoar hoje, eu resolvo aquilo internamente (ou não) e passa, como se aquela situação nunca tivesse havido. Amanhã, tudo novo de novo.
Não sei "mastigar" sensações, pensar muito nas alternativas. Amo e ponto, rio e ponto.
Antonio, o irmão mais sábio que Deus podia me dar, me diz que eu sou fria. "- COMO ASSIM, GAROTO? TÁ MALUCO?", eu disse, quando o ouvi falar isso pela primeira vez... "- É, você é tão racional, se comporta de maneira tão certa sempre. Não muda o tom, sempre calma."
Talvez seja isso mesmo.
Por não saber decodificar a intensidade daquilo que se passa dentro de mim, recolho-me ao Impenetrável Mundo de Gabriela.

Vou lavar a louça do brigadeiro.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

o quê dos quais e poréns.

- Gabi, como você encara as suas paixões? Eu sei que isso é muito "empírico", mas eu queria saber...
[Gabriela entra em desespero]
- Ah, sei lá, Antonio... de que tipo de paixões você fala?
- De paixões, ué... vontades quem surgem. Como você lida com elas?
- Me protejo.
- Hum, tá bom...


meu irmão tá crescendo :~~

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Di Cavalcanti...



Ontem, eu estava assistindo ao Observatório da Imprensa, na TV Brasil. Lá eles discutiram sobre a reforma curricular que haverá no curso de jornalismo.
Entre tantas opiniões e discussões gastativas sobre o tema, a professora Ana Arruda Callado - que é Doutora em comunicação, cultura, carros, chinelos e colchões - disse que os alunos vêm do ensino médio despreparados; que não conhecem história do Brasil, a cultura do nosso país e não têm preparo humanístico para encarar uma universidade. Ela citou um exemplo desse despreparo: ao perguntar aos seus alunos da PUC-Rio se eles podiam citar 5 pintores brasileiros mortos e 5 vivos, ninguém soube responder.

Nem eu. Quase perco uma noite de sono por isso.

Caso, você seja surpreendido por uma pergunta dessas...


quarta-feira, 13 de maio de 2009

WorkOut



Voltei. É o jeito, né.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Eu vou sobreviver...

Depois de 6 meses de férias, já tô entrando em um estágio de pré-loucura! Não é que não esteja gostando de acordar meio-dia quase todos os dias, não esteja adorando o fato de não ter compromissos e prazos a serem cumpridos, a falta de rotina e os dias que passam devagar, como se não houvesse tantos outros depois deles. Mas é que estar parada nos leva a pensar, e pensar estraga.
No começo das férias, eu pensava em como seria quando as aulas começassem, nos meses que passaria em casa lendo os livros que gostaria de ler, nos dias de sol em que eu me bronzearia, nas oportunidades que eu teria de ver amigos que há muito não via, nas exposições e mais exposições que eu não poderia perder em nenhuma hipótese. Pensei em fazer autoescola, voltar a malhar, estudar Língua Portuguesa, História; pensei também em ajudar o meu irmão nas matérias em que ele tem dificuldade, afinal de contas, agora quem vai sofrer com vestibular é ele.
E pensando, pensando, pensando, passaram-se mais de 180 dias. Não que todos eles tem sido de total inutilidade e inoperância, mas dos planos que eu fiz, não realizei nem metade.
Penso agora que quando as aulas começarem terei que pegar dois ônibus pra ir e dois pra voltar, ou então morar lá perto, acabei de perceber que não li todos os livros que gostaria, só peguei sol na páscoa e já tô perdendo todo o meu bronzeado, vi alguns amigos mas ainda tô com saudade de muitos. NÃO FUI A NENHUMA EXPOSIÇÃO (mentira, só a uma), não fiz autoescola, não fui malhar mesmo com meu pai falando que eu tô gorda todos os dias, não estudei e nem ajudei meu irmão.
Depois de 180 dias, percebi que pensar muito e planejar o futuro tão a longo prazo não é uma boa.

Frustra.

Eu ia escrever mais, mas desisti. Sinto-me uma completa estúpida.

E ainda faltam QUATRO MESES...



segunda-feira, 13 de abril de 2009

Acabou o tempo do "Deus lhe pague..."

"Uma vez, tive um encontro com um empresário e um americano antropólogo. Cinema, grana, outros papos. O empresário e eu falamos sobre o Brasil para o gringo: "Eles...eles...eles". O Brasil estaria sendo destruído por "eles". Até que o americano não aguentou mais de curiosidade e perguntou: "Who are they?".
Parei, travado. Aí, descobri o óbvio triunfal: para mim, "eles" seriam os outros, as forças ocultas que desculpam a nossa omissão. Todos nós falamos da desgraça nacional como se fosse culpa de seres impalpáveis: o Congresso, o governo, os americanos, os jornalistas... Todos, menos nós. (...)

(...) No entanto, depois de tantos vexames de nossa burguesia secularmente sórdida, vemos que nossa miséria "pobre" é a ponta de uma miséria maior. Não existem um mundo limpo e outro sujo. Um infecta o outro. A burocracia é miséria, a corrupção é miséria, a estupidez brasileira é miséria. Somos uns miseráveis cercados de miseráveis por todos os lados."

Arnaldo Jabor.

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Quero ver quem paga pra gente ficar assim.

domingo, 12 de abril de 2009

MARTHA MEDEIROS MANDA!

(...) Aí a vida bate à sua porta e entrega um amor que não tem nada a ver com o que você queria. Será que se enganou de endereço? Não. Está tudo certinho, confira o protocolo. Esse é o amor que lhe cabe. É seu. Se não gostar, pode colocar no lixo, pode passar adiante, faça o que quiser. A entrega está feita, assine aqui, adeus.
E agora você está aí, com esse amor que não estava nos planos. Um amor que não é a sua cara, que não lembra em nada o amor solicitado. E, por isso mesmo, um amor que deixa você em pânico e em êxtase. Tudo diferente do que você um dia supôs, um amor que te perturba e te exije, que não aceita as regras que você estipulou. Um amor que a cada manhã faz você pensar que de hoje não passa, mas a noite chega e esse amor perdura (...)

Trecho de "O amor que a vida traz" n'O Globo de hoje.

segunda-feira, 30 de março de 2009

A ponte é até onde vai o meu pensamento.

Sempre tive uma vontade enorme de sair do país para estudar, mas, por força das circunstâncias, isso nunca aconteceu. Falta de maturidade, de dinheiro, de planos concretos etc.
Há algum tempo atrás, estava aqui lendo blogs, como sempre faço, e passando pelo blog do Washington Olivetto - um publicitário que, se não é o mais importante, está no top 10 do mercado de publicidade brasileiro - minha vontade de conhecer outro lugar e aprender mais sobre qualquer coisa diferente do que vejo, aumentou.
Lá no blog, ele falava da University of the Arts London, que segundo o próprio, é a melhor universidade em graduação e pós-graduação em Comunicação Social do mundo. Os olhinhos da futura comunicóloga aqui brilharam. Nem comecei a fazer o curso aqui no Brasil e já viajei na hipótese de estudar em Londres.


Depois de ficar por pelo menos 15 minutos me imaginando na London College of Communication, baixei um pouco a minha bola e resolvi pesquisar lá pelo site da universidade algum curso de inglês para estrangeiros e achei vários, para todos os tipos de pessoas, com todos os focos possíveis.
Eu vi os preços, os lugares onde seria possível morar, quanto tempo eu poderia ficar, com quem eu poderia ir, visitei diversos blogs de pessoas que já fizeram esse tipo de intercâmbio cultural, falei com amigos mais próximos que já viajaram pra fora e isso não sai mais da minha cabeça. O que antes era apenas um plano, agora é uma meta. Eu tinha vontade de ir para os EUA, no entanto, a magia da terra da Rainha me consquistou!
Hoje, dia 30 de Março de 2009, eu não tenho dinheiro, só vontade. Mas como eu não sou de desistir fácil das coisas, me vejo por lá daqui a algum tempo.

United Kingdom, 65 Davies St, General English, London Eye, Parlamento, London Bridge, Palácio de Buckingham, Big Ben...

Já sinto o cheiro.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Louvado seja o Rio.

O Rio de Janeiro fez 444 anos no dia 1º Março. Nesse dia, eu passava pela ponte Rio-Niterói e, como sempre, meus olhos se encheram de lágrimas ao se depararem com tamanha perfeição visual. O Rio encanta. Emociona.
Faço parte da história dessa cidade há quase 19 anos, e sinto um orgulho genuíno por ser "carioca da gema", como são chamados os nascidos na capital do RJ.
Não sei exatamente quando surgiu essa paixão que sinto por cada metro quadrado desse lugar, mas já está no sangue.
O Rio me seduz não só pelo que tem de beleza natural. O Rio tem cheiro, tem ritmo, tem bossa. As pessoas são espontâneas, não são facilmente "estressáveis", receptivas, animadas, positivas. Refletem uma identidade que é unicamente nossa.
Por aqui não há tempo ruim, só quando chove. E para cada lado que você olhe, existe sempre algo bonito para se admirar.
Lembro de quando fui ao Corcovado. Já na subida, os meus olhos brilhavam por verem tanta beleza. Ao chegar lá em cima, fiquei atônita. Não conseguia falar, tirar fotos... só olhava, olhava, olhava.
De um lado: o centro; a zona norte; Maracanã; a Av. Brasil; a Linha Vermelha. Vindo um pouquinho mais pra direita: Flamengo; Botafogo; Copacabana... e depois, a Lagoa, Ipanema, Leblon, Jd Botânico, Gávea. Cada lugar com a sua peculiaridade, todos particularmente belos.
Quando olhava para o rosto das outras pessoas, percebia o êxtase delas. Acho que, como eu, nunca tinham visto algo como aquilo. Havia ali, muito provavelmente, americanos, suíços, neozelandeses, franceses, paulistas, pernambucanos, soteropolitanos, londrinos... e todos devem ter pensado em levar um pouco daquela maravilha para casa deles.



Algum tempo depois, fui ao Pão de Açúcar e a outros lugares que só fizeram me apaixonar mais pela minha cidade. O Rio é isso: luz, sol, praia, futebol, TRABALHO, emoção, gentileza, Lapa, buzina, museu, correria, Arpoador, Asa Delta, "demorô", funk, luau, tranquilidade, nostalgia, barzinho, violão, o sotaque mais bonito...

Consigo imaginar o porquê da inspiração de Tom Jobim, Vinícius, João Gilberto, Ronaldo Bôscoli , Chico Buarque e tantos outros. Imagina viver no Rio na época em que eles viveram... a violência era escassa, ou sei lá, não assustava tanto como hoje, por não ser tão valorizada pela mídia. A liberdade existia de verdade, não existiam tantos prédios, tantos carros, tantas luzes artificiais. Menos mendigos nas ruas, menos sujeira, menos governantes picaretas.
Queria esse Rio, mas estou feliz com o que tenho hoje. É um privilégio de qualquer maneira.
Viver na cidade mais maravilhosa do planeta e ainda compartilhar com 12 milhões de pessoas a alma carioca. Dádiva.

Parabéns a Deus pelo bom trabalho aqui nesse balneário.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

E o futuro não é mais como era antigamente.

Ao pensar na palavra "sonho", o significado denotativo dela é sempre o mais lembrado. No meu caso é diferente. Não sonho apenas dormindo. Sonhar acordada é o que tem me movido na busca pelo novo, pelo diferente, pelo impossível...
Aos 8, 9 anos, eu sonhava em ser escritora e minha mãe sempre dizia: "Filha, escritor não é profissão". Frustrando todas as minhas metas, já que eu não me via fazendo outra coisa... adorava escrever, qualquer coisa.
Um pouco mais velha e já entendendo como funcionam as coisas no mundo dos adultos, percebi que ser escritora, como estava nos meus planos, era um processo gradual... de busca, de aprendizado, estudo. Talvez eu não tivesse o necessário talento.
Descobri que havia profissões, formações acadêmicas, que podiam me levar a esse caminho de uma forma mais dinâmica, onde eu pudesse, além de fazer o que gosto, ajudar as pessoas com informação, cultura, conhecimento. Descobri o Jornalismo. E de cara me apaixonei.
Passei a sonhar com aquilo, sonhar mesmo. Dormindo e acordada.
A Comunicação se tornou uma paixão, não só no que se refere às mídias todas, mas à prática comum também. Passei a botar fé no ato de comunicar, de falar, argumentar, criticar.
E o sonho cresceu comigo.

Passei por dois anos de vestibular muito, muito difíceis. Cheguei a não acreditar na possibilidade de concretização daquilo que, para mim, já era real.
Sonhar nos obriga a lutar. Sonhar nos retira do marasmo contemplativo.
Hoje, posso dizer que não há melhor presente do que aquele que vem pelo seu esforço.


E nada na minha vida foi tão gratificante quanto ouvir: BEM-VINDA À UFRJ, caloura!