quinta-feira, 30 de julho de 2009

é bem melhor não perguntar...

A história poderia ser outra, escrita de outra forma, com outras personagens. Mas não é. E mesmo que eu tente fugir do papel de protagonista, ele me chama a todo tempo, como se não houvesse alguém que coubesse, que fizesse o encaixe chave-fechadura de forma perfeita. Talvez seja assim porque a vida é minha, e não há como transferir responsabilidades e decisões.

Sentir- se responsável por algo já é difícil, imagina quando esse algo é do tamanho de alguém, quando esse algo somos nós mesmos, quando a nossa responsabilidade é a de “apenas” administrar uma história. A nossa.

Somos os operários, os gerentes e os diretores de nossas vidas. Assim, se não der certo é culpa de quem? Os operários de uma indústria poderiam culpar seus gerentes, os quais poderiam transferir esse fardo pros diretores. Enfim, na vida, o mais fácil é afastar de nós aquilo que nos incomoda, principalmente a sensação de que aquilo que estava sob o nosso olhar e que estava sujeito às nossas escolhas, deu errado.

Foi essa a sensação que me invadiu nesses últimos dias de férias. A idéia de que eu, a partir de algum momento, me tornei inteiramente capaz de assumir as minhas escolhas: “Graças a Deus! Já estava por aqui de ter que passar pela aprovação dos meus pais e afins.” Depois do júbilo, veio a mim o verdadeiro significado dessa descoberta e a preocupação, consequentemente.

"Papo de quem não tem nada para fazer o dia inteiro e fica pensando besteira”, é isso que as pessoas imaginam quando eu tento abordar esse assunto. Mas para o que mais serve o ócio senão para o crescimento? Pensar em coisas dessa forma, com essa profundidade, descobrir mais sobre si mesmo, não é algo que aconteça quando estamos vivendo como se o dia tivesse 48 horas, quando ele ainda tem 24.

Percebi e sinto na pele que a “adultice” vem chegando e, com ela, além das coisas boas que todas as fases da vida nos proporcionam, chegam também esses novos sensos de realidade. Os porquês mudam e as respostas também. Já tenho todas as perguntas, só falta alguém para responder.

Bobeira minha achar que as respostas dos outros se encaixam nas minhas perguntas, eu sei. Era só uma saída para quem, ingênua como sou, ainda está vendo tudo meio embaçado.


quarta-feira, 15 de julho de 2009


Ah, porque a vida tem dessas coisas mesmo. Bobos somos nós que tentamos a todo tempo prevê-la, como se viver fosse um jogo do qual já sabemos o resultado. Uma partida entre nós e o destino, em que, no fim, sairíamos "vencedores". O jogo não está ganho, e nós começamos a "perdê-lo" desde o primeiro suspiro. Pfff...
Temo não saber se o que penso/sinto hoje, será o mesmo que sentirei amanhã, mas resolvi deixar o corpo responder por ele mesmo algumas vezes. Tolir, segurar, reter... isso tudo prejudica.
Até porque, quanto mais segurar, mais demora pra sair... e a angústia de estar aprisionado numa cadeia criada por si mesmo é desnecessária.

Viva e deixe viver. Deixe-se viver.