quinta-feira, 11 de março de 2010

de 10 em 10

Eu não lembro exatamente como foi o meu aniversário de 10 anos, nem os os posteriores, até mais ou menos 15... a partir de 15 anos, eu já consigo me recordar. O fato é que agora estou chegando aos 20, e isso ativa uma série de sensações, pensamentos. É como um borbulhar de ideias surgido a partir do momento que tomei consciência de que esses dez anos passaram em uma velocidade não apreensível.

Acredito que essa última década que vivi foi uma fase, acima de tudo, de amadurecimento. Porque parti da inocência que é brincar de bonecas, para a dificuldade que é aprender a lidar com pessoas que não eram minhas amigas; para a descoberta de que o mundo, infelizmente, não está muito aí para mim. Mamãe passou a não mais por comida no meu prato, a escolha teria de ser minha. E muito mais escolhas eu tive que tomar depois disso. Passei a fazer equação em vez de apenas as 4 operações fundamentais.
E o que é ter que passar por dois vestibulares na vida? Por mais que as dificuldades aumentem depois, as marcas do vestibular a gente não esquece nunca.

Aprendi também nesses últimos dez anos o que é amar, o que é sentir falta de alguém e o que faz uma pessoa se tornar insubstituível. Porque quando novinhos, crianças, nós não sabemos diferenciar pessoas, ficamos com quem nos faz sentir a vontade, com quem brinca conosco e nos faz rir. Não é necessário que aquela mesma pessoa te supra em outras áreas. No fundo, você sabe quando sua mãe brigar contigo, aquele seu amiguinho não estará lá pra dizer: está tudo bem, mães são assim mesmo. Afinal de contas, crianças não ligam muito para isso.

Há uma década atrás, eu fiz amigos que hoje continuam sendo AMIGOS. E não existe nada nesse mundo que substitua alguém que saiba de dez anos da sua história e tenha vivido isso com você.
Aos 12, eu me mudei pela, hmm, 5ª vez. Aquela que talvez tenha sido a mudança mais importante da minha vida. Foi naquele momento que a vida passou a ser rigorosa comigo e eu não reclamo. Quanto antes aprender, melhor.

Hoje, já sei lidar sem maiores temores com todo tipo de reviravolta. Sou de fácil adaptação. Reconheço a importância das pessoas. Hoje, ao contrário de quando eu tinha apenas 10 anos e toda pureza do mundo, sei ser boa sem ser boba. Não digo que amo como se dissesse bom dia. Com o tempo aprendi que sentimento só vale quando é demonstrado, por que do que vale sentir sem refletir?

Ainda não tenho know-how para dizer NÃO sem maiores delongas, quem sabe eu consiga quando chegar aos 30.

E vou assim, de 10 em 10, vivendo cada minuto como se não houvesse o próximo.

2 comentários:

Antonio Bispo disse...

a Gloriosa :)

Rodrigo Egídio disse...

Pegando uma carona no testo de Shakespeare ''Com o tempo, você aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.''

20 primaveras florescendo e desabrochando. :)